O que fralda de bebê, cabeça de árbitro de futebol e a careca do Omar Kahn têm em comum? Não sabemos o que sairá delas! E essa é a principal sensação em relação ao próximo draft dos Steelers. Steelers sempre foi um time muito pragmático e previsível nos seus drafts na era Kevin Colbert. Num levantamento feito por Dave Bryan, do Steelers Depot, desde 2001 Colbert fez apenas 16 trades nos seus drafts, seja para cima ou para baixo. E muitos no mesmo draft. Algumas trades foram épicas, como o trade-up de 2003 para pegar Troy Polamalu ou o trade-up de 2005 para pegar Santonio Holmes. Mas nem tudo foi só acerto: vale lembrar as escolhas de 2016 do Artie Burns, 2018 do Terrell Edmunds e o mais recente trade-up do Colbert para pegar Devin Bush em 2019. Durante toda a era Colbert, Steelers não esconderam suas paixões de cada draft. Como dito, algumas deram muito certo e outras foram uns desastres. Essas paixões tinham nomes e rostos, em sua maioria.
Omar Kahn assumiu no ano passado a posição de General Manager (GM) dos Steelers, deixada por Kevin Colbert. Omar Kahn, porém, trabalhou junto com Colbert desde 2001 nos Steelers, começando como coordenador de operações de football até ser promovido a vice-presidente de football e administração de negócios. Foram 22 anos ao lado de Colbert e, até então parece, que aprendeu com os erros do seu antecessor.
Kahn era tido simplesmente como o “mago dos números” e sua habilidade em manipular o temível cap da NFL atraia olhares das outras franquias. Ao ser promovido para GM, sua habilidade em negociação de pessoal e montagem de elenco foi colocada em prática. Talvez ele soubesse mais do que imaginamos, mas ainda assim montou um time competente para montagem de elenco, tendo Andy Weidl como assistente de GM e histórico de montar bons elencos pelos Eagles.
O que aprendemos com o primeiro draft do Kahn do ano passado?
Ele sabe o que quer e o que o time precisa em termos de pessoal e jogadores. Não somos mais uma franquia previsível no draft que permitia, algumas vezes, que outras equipes nos manipulassem, como foi com os Bengals em 2016, draftando a paixão dos Steelers William Jackson III e sobramos com o bust Artie Burns. Hoje, as paixões dos Steelers não tem nome nem rosto, mas posição. E Kahn com certeza tem uma variedade enorme de planos e ideias para que o draft ocorra como ele espera.
Antes do draft, Kahn conseguiu o impossível ao mandar Claypool para Bears pela pick de 2ª rodada deles (que foi a 32 geral no draft). Em seu primeiro draft, Kahn fez um trade-up com Patriots para pular à frente dos Jets e draftarem Broderick Jones (que seria certamente a escolha dos Jets). Kahn pacientemente viu um alvo cair no seu colo na pick 32: Joey Porter Jr. Na sua própria pick de 2ª rodada draftou mais um titular: o DL Keanu Benton. Na 3ª rodada desceu 18 posições e recuperou a pick de 4ª rodada enviada aos Patriots por Broderick Jones. E saiu-se com mais um titular que caiu de novo nos seus braços: TE Darnell Washington e na 4ª rodada o Edge de Wisconsin Nick Herbig, que foi bastante ativo na rotação.
Na segunda-feira da semana do draft de 2024 Omar Kahn afirmou que não se via fazendo um trade-down porque “seria muito difícil eu deixar passar um talento na posição 20”. Porém, há algumas semanas ele afirmou que Pickett era o QB1 para 2024 e hoje sequer está no roster. Podemos esperar de tudo nesse draft de 2024, mas alguns sinais são fortes: algum OL deve ser a pick de 1ª rodada, alguma hora vamos trazer algum WR2 e um slot CB. Um DL e um ILB tb estão na mira. Agora: onde virão? Acho que nem Omar Kahn sabe. Mas Omar Kahn tem um plano. Ele sempre tem um plano.
