Olá a todos os sofre… digo, torcedores da maior franquia da NFL! Estamos começando mais um #TBT, e nesta semana teremos um adversário pra lá de especial. Afinal, é impossível falar de NFL sem mencionar a rivalidade entre Oakland (Las Vegas) Raiders e Pittsburgh Steelers, especialmente o duelo divisional de 1972.
Se hoje enfrentamos uma grande seca de vitórias na pós-temporada, saiba que no início dos anos 70 a situação era muito pior. Antes dos comandos de Chuck Noll conquistarem seu primeiro Super Bowl na temporada de 1974, o time de Pittsburgh era tratado como um grande coadjuvante por toda a liga. Mesmo com uma equipe jovem e talentos como o DT Joe Greene e o RB Franco Harris, os Steelers precisavam mostrar seu valor na pós-temporada para finalmente entrar na prateleira dos favoritos ao título. A oportunidade perfeita chegou em 1972, quando a equipe enfrentou o Oakland Raiders em busca de uma vaga na final da AFC.
Os Steelers tentavam romper um jejum de 39 anos e conquistar sua primeira vitória na história em um jogo de playoffs. Com a bola voando—ou melhor, correndo—o que se via no Three Rivers Stadium era uma verdadeira batalha defensiva, com ambas as equipes terminando o primeiro tempo zeradas. O destino reservou toda a emoção para os momentos finais do jogo.
Logo na primeira campanha do segundo tempo, os Steelers abriram o placar com um field goal convertido pelo kicker Roy Gerela, que faria mais um chute no 4º quarto, deixando o time de Pittsburgh com uma vantagem de 6 pontos. Porém, faltando menos de 2 minutos para o fim, os Raiders tiveram sua única boa campanha no jogo, finalizada com um touchdown que deixou a equipe visitante muito perto da vitória. Caberia a Terry Bradshaw e companhia tentar uma virada que, para muitos, parecia impossível.
Em uma campanha de vida ou morte, os Steelers estavam em uma situação complicada, enfrentando uma 4&10 na linha de 40 jardas de seu campo de defesa, com apenas 22 segundos restantes e sem tempo para pedir um timeout. Era o momento decisivo da partida; o futuro de um time promissor e a afirmação de um jovem técnico estavam entregues ao destino de uma jogada final.
Com a tentativa óbvia de passe que a situação exigia, o QB Terry Bradshaw conseguiu escapar de uma pressão imensa e lançar um passe desesperado para o RB John Fuqua no meio do campo. Contudo, o passe não foi completo, atingindo o S Jack Tatum e voltando em direção ao chão, o que significaria o fim do jogo para qualquer outro time na história da NFL. Mas, enquanto a bola caía, ela foi em direção ao lendário RB Franco Harris, que, em uma das recepções mais mágicas da história, conseguiu segurá-la a centímetros do chão, evitando o passe incompleto. Com a posse da bola e o relógio prestes a estourar, o camisa 32 correu por 44 jardas até chegar na end zone, realizando a jogada que foi eleita a maior de todos os tempos da NFL, nomeada de “Immaculate Reception”, e decretando a vitória de Pittsburgh.
Com o fim do jogo e a alegria da vitória, os torcedores invadiram o campo em uma celebração que ficou marcada como uma das maiores comemorações coletivas da história dos esportes americanos. Mesmo não sendo aquele o ano dos Steelers, a vitória foi de fundamental importância para o amadurecimento e a confiança dos jovens jogadores que, anos depois, formariam a maior dinastia da história.
Essa vitória representa muito do que é ser um Steeler: determinação, acreditar até o final e não ter medo de adversário algum. Por mais que anos de mediocridade tenham minado a confiança nas conquistas atuais, jamais devemos esquecer que não se trata apenas de análises e estatísticas que formam um campeão, especialmente onde a dedicação, resiliência e coragem são os valores principais—pelo menos, não em Pittsburgh.
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Autor: Guilherme Baiffus / @GuiemeBaiffus