Os melhores undrafteds na história do Pittsburgh Steelers

Se encontrar jogadores capazes de causar impacto nas rodadas finais do draft já é uma missão muito complicada para a comissão técnica das 32 franquias da NFL. Conseguir talentos que nem sequer foram recrutados acaba sendo uma tarefa muito mais complicada. Muitos dos jogadores que entram na liga como undrafteds mal chegam a entrar em campo, e se você consegue uma boa peça para seu time de especialistas, na maioria das vezes já acertou em cheio, pois esses atletas chegam extremamente crus na liga, ou com problemas sérios de lesão e comportamento.

Porém, alguns desses conseguem contrariar todas as expectativas e acabam se tornando titulares importantes para suas equipes, e poucas equipes sabem desenvolver esses jogadores como o Pittsburgh Steelers. E o nosso #TBT semanal será sobre os melhores jogadores não draftados da história do Gigante de Aço.

John Banaszak, defensive tackle

John foi um dos jogadores mais queridos daquele super time do Steelers da década de 70. Natural de Cleveland, foi contratado em 1975, vindo de Eastern Michigan. Acabou brigando com toda a família por escolher jogar em Pittsburgh, que, com as palavras do próprio John, “eu nunca ganhei um campeonato de futebol na minha vida, senti que ao assinar com os Steelers, teria essa oportunidade”. Escolha que se mostrou muito correta com o passar dos anos, e, bem… certos times nunca lhe dariam essa oportunidade, não é mesmo? Banaszak jogou por sete temporadas com o Steelers, ajudando na conquista de três Super Bowls.

Randy Grossman, tigh end

Vindo da Universidade de Temple, Randy não tinha o tamanho e o peso ideais para ser um TE na NFL (1,85m e 99kg). Durante o período de oito anos (1974 até 1981) que esteve com o Steelers, a equipe acabou draftando 14 jogadores da mesma posição. Mesmo assim, ele seguiu trabalhando e permaneceu como membro fundamental da equipe que conquistou quatro Super Bowls em seis temporadas. Seu legado pode ser resumido nas palavras do ex-presidente da franquia, Dan Rooney: “Randy Grossman foi um daqueles caras que nunca foi visto como uma das estrelas, mas ele fez tudo que você pediu. Ele pegou o grande passe para touchdown no Super Bowl. Ele foi um daqueles caras que deram a primeira descida quando ele entrou e jogou. Ele era apenas um competidor muito bom que realmente provou seu valor.”

Alejandro Villanueva, offensive tackle

Chegamos àquele que é possivelmente o nome mais polêmico da liga, vindo da Universidade de Army. Mesmo sendo inicialmente contratado pelo Philadelphia Eagles, chamou a atenção do técnico Mike Tomlin durante um amistoso por conta de sua grande capacidade atlética. Villanueva foi dispensado pelos Eagles e acabou assinando com os Steelers ainda em seu ano de calouro (2014). Eleito duas vezes para o Pro Bowl (2017-18), foi peça importante da grande linha ofensiva dos Steelers nos anos 2010. Porém, como diria Harvey Dent: “Ou você morre herói, ou vive o bastante para se tornar um vilão”. Após sete temporadas com os Steelers, Villanueva optou por assinar com o Baltimore Ravens em 2021. Mesmo assim, continuou dando alegrias para a torcida do oeste da Pensilvânia.

Ramon Fosterguard

Foster chegou da Universidade de Tennessee em 2009 como um undrafted que traria profundidade para a problemática linha ofensiva da equipe. Foi um Steeler durante toda a sua carreira de 10 anos, jogando 160 partidas, 145 como titular. Era uma peça extremamente útil na reconstrução e afirmação daquela que se tornaria uma das melhores linhas ofensivas da história de Pittsburgh.

Willie Parker, running back

Chegamos a um dos nomes mais conhecidos daquele time que foi bicampeão do Super Bowl no início do século. Parker veio da Carolina do Norte para ser um reserva de rotação do futuro Hall of Famer Jerome Bettis, que já estava em fim de carreira. Com o passar do tempo e algumas lesões de “The Bus”, Willie, acabou assumindo a titularidade. Ele era o tipo de corredor com a cara de Pittsburgh: físico e aguerrido. Com a camisa preta e dourada, foi duas vezes eleito para o Pro Bowl, quebrou alguns recordes de corridas do Steelers. O mais importante deles veio no Super Bowl XL, quando anotou a corrida para touchdown mais longa da história de um Super Bowl (75 jardas), jogada que seria fundamental para a conquista do quinto título da equipe. Parker jogou por seis temporadas em Pittsburgh. Infelizmente, uma grave lesão no final de 2007 acabou diminuindo seu tempo na liga. Mesmo assim, seu nome sempre será lembrado pelos torcedores do Steelers e só não está mais alto na lista por conta da forte concorrência.

Jack Butler, cornerback

Quando iniciei minha pesquisa, não pensava em muitos nomes pré-1970 que poderiam fazer parte desta lista. Porém, conforme as análises foram acontecendo, o nome de Jack Butler acabou sendo uma grata surpresa. Ele, que foi contratado pela universidade St. Bonaventure, jogou no Steelers durante toda a sua carreira, de 1951 a 1959. Butler foi um dos jogadores mais dominantes da década de 50, sendo eleito quatro vezes para o All-Pro e seis vezes para o Pro Bowller. Está no time ideal da NFL da década e entrou para o Hall da Fama em 2012. Certamente, um dos maiores nomes da história do Steelers na conturbada era pré-Super Bowl.

James Harrison, linebacker

Carinhosamente chamado de Deebo, James Harrison certamente é o nome mais famoso dessa lista, sendo o único jogador não draftado a ser eleito defensor do ano. Harrison chegou de Kent State muito cru na parte mental do jogo e com desconfianças sobre seu tamanho (1,83 m). Por conta desses fatores, acabou saindo da equipe, indo para o futebol americano europeu e chegou a fazer testes no Baltimore Ravens, mas em 2004 retorna para Pittsburgh, onde seria o nome ideal para substituir o ídolo da franquia Joey Porter. Não só correspondeu às expectativas, como superou elas: duas vezes eleito para o All-Pro First Team e duas para o Second Team, além de cinco Pro Bowls. 

Deebo viveu o auge de sua carreira durante a gloriosa temporada de 2005, quando, além de receber o prêmio de defensor do ano, também protagonizou uma das maiores jogadas da história da NFL durante o Super Bowl XLIII, quando interceptou um passe do também lendário undrafted Kurt Warner na endzone de defesa e retornou para um touchdown de 100 jardas com o relógio zerado, algo que ficará para sempre na memória de todo fã do esporte. Harrison se aposentou em 2017 com a camisa do New England Patriots, após uma passagem pelo Bengals e um retorno ao Steelers, sem muito sucesso como na primeira passagem, construiu seu legado como um Steeler Legend e certamente fará parte do Hall da Fama nos próximos anos.

Donnie Shell, safety

Para terminar a lista, não poderíamos colocar outro nome no topo senão ele, o lendário Donnie Shell, que foi a última peça do icônico draft dos Steelers de 1974. Vindo de South Carolina State, graças ao fantástico olheiro Bill Nunn. Donnie foi a peça não oficial daquele draft, já que não foi selecionado, mas entrou na equipe naquele ano, tornando aquele time praticamente imbatível. Três vezes First Team All-Pro e uma vez Second Team, além de cinco vezes eleito para o Pro Bowl e quatro anéis do Super Bowl no currículo, Donnie foi um Steeler durante toda a sua longínqua carreira de 13 anos (1974-87). Reconhecido por ser um defensor agressivo e com ótimo apoio no jogo corrido, ele finalmente recebeu sua merecida indução ao Hall da Fama em 2020,  quando se tornou o 10º jogador daquele time lendário dos anos 70 a ter seu lugar em Canton, tendo seu legado imortalizado, como um jogador que representou, com perfeição, o que é ser um Steeler.

Essa lista é uma opinião baseada em conquistas e na conexão dos jogadores com o Pittsburgh Steelers, e ela ainda está sujeita a mudanças, afinal de contas, jamais saberemos quando a regra se fará exceção novamente, a história estará sempre sendo escrita.

Autor: Guilherme Baiffus / @GuiemeBaiffus
Artes: Rafaela Jacques / @jacques_rafaela

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